ESTUDO DA PERCEPÇÃO PÚBLICA SOBRE CAPTURA E ARMAZENAMENTO GEOLÓGICO DE CO2(CCS) NO ESPÍRITO SANTO
Nome: PÂMELA ROSSONI LIMA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/11/2018
Orientador:
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Papel |
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ANA PAULA MENEGUELO | Orientador |
GISELE DE LORENA DINIZ CHAVES | Co-orientador |
Banca:
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Papel |
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ALDARA DA SILVA CÉSAR | Examinador Externo |
ANA PAULA MENEGUELO | Orientador |
GISELE DE LORENA DINIZ CHAVES | Coorientador |
JESUINA CASSIA SANTIAGO DE ARAUJO | Examinador Externo |
Resumo: A produção de energia por processos mais limpos associado à conscientização da população para um consumo sustentável torna-se um desafio para o século XXI. Porém, a maior parte da energia consumida mundialmente é oriunda da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural). O processo de combustão gera Gases de Efeito Estufa sendo o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) os mais abundantes. Entretanto, o dióxido de carbono merece destaque, pois é o gás que mais contribui para o aquecimento global, representando 58% do total das emissões mundiais de GEE (IEA, 2017), já no Brasil este gás representa 73% das emissões (SEEG, 2018). Neste contexto, insere-se a tecnologia de Sequestro Geológico de Carbono (ou Carbon Capture and Storage CCS), que visa contribuir para a redução das emissões de CO2. O Brasil, no ano de 2010, se comprometeu a tomar ações apropriadas de mitigação para reduzir a intensidade de suas emissões de GEE, todavia não há uma regulamentação de como o compromisso será cumprido e não se observa nos meios de comunicação uma discussão sobre o assunto. Portanto, esta dissertação teve como objetivo analisar a percepção pública da tecnologia CCS no estado do Espírito Santo, mais especificamente nas cidades de Vitória e São Mateus, relacionando-a com a consciência ambiental dos cidadãos no âmbito das mudanças climáticas. Para isso, este estudo teve como estratégia metodológica a obtenção de dados por meio de entrevistas pessoais com 400 habitantes da cidade de Vitória e 400 habitantes de São Mateus. Posteriormente, foi realizada uma análise descritiva dos resultados de modo a fundamentar as diferenças entre as respostas obtidas na capital e no interior. Além disso, também foram realizados testes de hipóteses com diferentes grupos da população para avaliar a existência de associação entre as variáveis qualitativas. Observou-se que a população de ambas as cidades sentem as mudanças climáticas ao redor do local onde residem, que os combustíveis fósseis contribuem, em parte, para o aquecimento global, que o desmatamento é a forma que mais contribui para aumentar o aquecimento global no Brasil e que as mudanças climáticas podem aumentar a falta de água. Os entrevistados das duas cidades declararam preocupações com as questões ambientais, todavia, há uma baixa disposição para pagamento de imposto ao combate do aquecimento global e baixa aderência para deixarem seus automóveis e utilizarem o transporte público. Verificou-se que a população das duas
cidades não possuem conhecimento sobre CCS, porém, ao conhecerem a tecnologia demonstraram atitudes de apoio para o desenvolvimento da mesma no Brasil por parte do Governo. Não foram encontradas diferenças significativas quanto ao apoio para desenvolvimento do CCS no Brasil por parte do Governo brasileiro dado sexo, classe econômica e grau de escolaridade nas duas cidades. Na cidade de Vitória, não foram encontradas diferenças significativas com relação às pessoas preocupadas com as mudanças climáticas dado sexo, classe econômica e grau de escolaridade, porém, na cidade de São Mateus foram encontradas diferenças significativas com relação às pessoas preocupadas com as mudanças climáticas dado grau de escolaridade. O teste de hipótese revelou que essa diferença encontra-se entre o nível superior completo e o fundamental completo, sendo que as pessoas que possuem o nível de instrução mais elevado mostram-se mais sensíveis a estas questões.