VALORIZAÇÃO DOS RESIDUOS DE CAFÉ PARA OBTENÇÃO DO BIOGÁS
Nome: THIAGO MEDEIROS DOS REIS
Data de publicação: 17/09/2024
Banca:
Nome |
Papel |
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| LAURA MARINA PINOTTI | Presidente |
| MARCELO FERNANDES VIEIRA | Examinador Externo |
| THIAGO PADOVANI XAVIER | Examinador Interno |
Resumo: A produção de café no Espírito Santo desempenha um papel crucial na economia local, sendo fundamental para o desenvolvimento agrícola e financeiro da região. Como o segundo maior produtor brasileiro de café, o estado contribui com mais de 30% da produção nacional, destacando-se na produção de arábica e conilon. Os subprodutos gerados, como cascas e borras de café, representam uma oportunidade valiosa para a produção de energia. No entanto, o desafio reside em maximizar o aproveitamento desses subprodutos, que se destacam não apenas pela quantidade gerada, mas também pela composição rica em matéria orgânica e lipídios, elementos essenciais na produção de metano. A valorização desses resíduos por meio da digestão anaeróbica mostra-se promissora, proporcionando uma destinação sustentável e a geração de subprodutos úteis, como o biogás para produção de energia elétrica e o adubo orgânico. No entanto, a digestão anaeróbica enfrenta desafios relacionados ao equilíbrio de nutrientes, composição e complexidade de moléculas orgânicas de alta massa molecular. Para abordar essas questões, foi realizado um pré-tratamento com hidróxido de sódio a 7% para aumentar a biodegradabilidade e biodisponibilidade das moléculas e verificar o possível aumento na produção de metano. Nesse contexto, este estudo avaliou o potencial bioquímico do metano (BMP) dos resíduos de café por meio da co-digestão anaeróbica com resíduos alimentares. Foram utilizados como substratos uma borra de café doméstico (tratada e não tratada) e casca de café industrial (tratada e não tratada), proveniente de uma indústria produtora de café no Espírito Santo. O co-substrato de resíduos alimentares foi obtido domesticamente e o lodo de um reator de estação de tratamento de esgotos (ETE) foi utilizado como inóculo. Duplicatas de reatores anaeróbios em batelada (250 mL) foram alimentadas com os substratos em diferentes proporções, utilizando uma relação substrato/inóculo de 1. Os testes de BMP foram realizados por 30 dias em temperatura mesófila (35±2 °C). Os níveis mais elevados de BMP foram detectados com 50% de borra de café tratada (400 NmL/gTVS), 50% casca de café tratada (344 NmL/gTVS) e 100% resíduo alimentar (600 NmL/gTVS). Por outro lado, 100% de borra ou casca de café apresentaram baixo percentual de BMP (88 NmL/gTVS) e (186 NmL/gTVS) respectivamente, devido à baixa relação de carbono/nitrogênio e pH fora da faixa ideal.Esses resultados indicam que os resíduos de café têm potencial para recuperação de energia por meio da digestão anaeróbica (AD), destacando a AD como uma alternativa promissora para valorização desses resíduos.
